A rápida industrialização da Europa — com a introdução da máquina no cotidiano, o surgimento dos transportes modernos (carro, avião) e dos meios de comunicação de massa (rádio, cinema) — transformou o mundo e o modo de vida das pessoas.
Na estética, diversas tendências refletiram esse momento e influenciaram mais tarde nosso Modernismo: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo.
Futurismo
“Um automóvel em movimento é mais belo que a vitória de Samotrácia”, dizia Marinetti, o fundador, em 1909, do Futurismo. Essa estética celebrava os signos do novo mundo – a velocidade, a máquina, a eletricidade, a industrialização.
Apregoando a destruição do passado e dos meios tradicionais de expressão literária, o Futurismo (tendência que mais influenciou a primeira fase do Modernismo) propunha:
• liberdade de expressão;
• destruição da sintaxe;
• abolição da pontuação
• uso de símbolos matemáticos e musicais; Marinetti
• desprezo ao adjetivo e ao advérbio
Expressionismo
O grito, do norueguês Edvard Munch
Surgido em 1910, foi manifestação de povos nórdicos, germânicos e eslavos. Essa tendência expressou a angústia do período anterior à Primeira Guerra Mundial, voltando-se para os produtos artísticos dos primitivos e para as manifestações do mundo interior, expressas no uso aleatório de cores intensas e distorção das formas, como atesta o quadro.
O Expressionismo influenciou, sobretudo, os quadros de Anita Malfatti.
Cubismo
Em 1907, Pablo Picasso pintou Lês demoiselles d‘Avignon
(As senhoritas de Avignon) e inaugurou o Cubismo.
Segundo essa tendência, as figuras, reduzidas a formas geométricas, apresenta, ao mesmo tempo, o perfil e a frente, mostrando mais de um ângulo de visão.
As senhoritas de Avignon, de Picasso.
A literatura cubista, inaugurada por Apollinaire, preocupou-se com a construção física do texto: valorizou o espaço da folha e a camada significante das palavras e negou a estrofe, a rima, o verso tradicional. Esse seria o embrião da nossa poesia concreta, da década de 50.
Dadaísmo
Este foi o mais radical e destruidor movimento da vanguarda europeia. Fundado por Tristan Tzara,
negava o presente, o passado, o futuro e defendia a ideia de que qualquer combinação inusitada promove um efeito estético.
O Dadaísmo refletiu um sentimento de saturação cultural, de crise social e política.
Surrealismo
Inaugurado com a publicação do Manifesto Surrealista, em 1924, este foi o último movimento da vanguarda, sofrendo influências das teorias de Freud, o Surrealismo caracterizou-se pela busca do homem primitivo através da investigação do mundo do inconsciente e dos sonhos. Na literatura, o traço fundamental foi a escrita automática (o autor deixa-se levar pelo impulso e registra, sem controle racional, tudo o que o inconsciente lhe ditar, sem se preocupar com a lógica.
Ismael Nery Salvador Dali
Divulgação das Ideias da Semana
Uma série de revistas, grupos e manifestos divulgou os resultados da Semana por todo o país. Em 1922, surgiu a revista Klaxon, especializada em arte, que representou a primeira tentativa de sistematizar os novos ideais estéticos. Já nesse momento delineou-se uma cisão no grupo dos modernistas, resultado de orientações políticas diferentes: de um lado, artistas marcados pela ideologia marxista pregavam a destruição do passado; outros, alinhados à extrema direita, aceitavam o passado como ponto de partida para o novo. Os primeiros, dentre os quais destacavam-se Oswald de
Andrade, Mário de Andrade, Carlos Drumond de Andrade e Antônio Alcântara Machado, ficaram conhecidos como primitivistas; os segundos, representados por Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo, formavam a corrente nacionalista. Cecília Meireles e Murilo Mendes formavam uma terceira corrente — a espiritualista —, que tentava imprimir um caráter espiritualista ao Modernismo; no intento de conciliar presente e passado valorizou a estética simbolista.